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Existe fadiga adrenal? Entenda tudo sobre ela- Com Dra. Lia Lima

A fisiologia do stress: quando natural e quando patológico?

As glândulas adrenais, são os órgãos que respondem diretamente ao estresse, combatendo e predispondo o equilíbrio do corpo. Para entender melhor sobre essos órgãos, clique aqui.


Durante o stress agudo, são ativados sinais de alerta no cérebro que libera hormônios (como CRH e ACTH) para estimulação do funcionamento das adrenais. As adrenais então liberam cortisol e adrenalina para resposta ao stress. Uma vez que o fator estressor sumir, o corpo reestabelece a normalidade.


O estresse não é nenhuma novidade do mundo moderno, mas o estresse continuado que é o que diferencia dos tempos passados. Cada vez mais estamos sobre situações de cobrança, e a tendência parece piorar.


Fora as preocupações de sobrevivência como pagamentos, compromissos, horários, reuniões, prazos, metas, produções. A jornada de trabalho está cada vez mais intensa.


Nunca fizemos tanta coisa ao mesmo tempo: dirigimos ao mesmo tempo que falamos no celular (no viva voz), enquanto estamos pensando em outras programações.


O que parece é que mesmo diante de tanta OTIMIZAÇÃO do tempo, menos tempo temos!!!!!! Aí é que está o stresse crônico e patológico.


Existem alguns casos de estresse crônico: relações entre pessoas (relacionamentos entre casais) de subordinação e infelicidade, relação no trabalho de humilhação e subordinação, sensação de frustração eterna no mundo do capitalismo, em que as pessoas sentem que precisam de materiais para tornarem-se felizes, competição entre alunos e adolescentes nas escolas e até em redes sociais, e ainda, exercícios físicos exagerados.

Portanto, o stress possui três diferentes fases:

Alarme: stress agudo (aumento temporário da secreção cortisol)

Resistencia: stress mantido e crônico que pode ser leve, moderado e grave (aumento aumentado, duradouro e permanente do cortisol)

Exaustão: falência das adrenais em produzir o cortisol em resposta ao fator estressor e ausência de cortisol. Aqui que se baseia a teoria da doença “fadiga adrenal”.


Van Bodegom M, Homberg JR, Henckens MJAG. Modulation of the Hypothalamic-Pituitary-Adrenal Axis by Early Life Stress Exposure. Front Cell Neurosci. 2017.


O que é fadiga adrenal?


“Fadiga adrenal” é um termo que alguns grupos têm utilizado numa condição em que o corpo reage ao estresse contínuo. Os defensores desta síndrome acreditam que as adrenais podem simplesmente se cansar quando colocadas para trabalhar continuamente, num estresse crônico.


Vários nomes vêm sendo dado a esse conjunto de sintoma, que serão descritos abaixo, e portanto, ainda sem consenso. Hypoadrenia subclínica, neurastenia, apatia adrenal e atualmente, fadiga adrenal.


Fazendo analogia ao pâncreas, a exposição continuada ao excesso de glicose faz o pâncreas trabalhar mais, respondendo com aumento da produção e secreção de insulina. A pre-doença, nesse período pode ser a resistência insulínica ou até o pré-diabetes e diabetes. Com o passar dos anos, o pâncreas cansa de produzir insulina, entra em exaustão, sendo aí necessário a reposição de insulina.


Com as adrenais, o fator desencadeante do seu excesso de produção hormonal, é o estresse. Assim, estresse continuado e crônico pode levar ao aumento da secreção dos hormônios até sua falência.

Como a sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia (SBEM) se posiciona?


A síndrome da fadiga adrenal, ou exaustão adrenal são nome dado a uma patologia que ainda não é reconhecida pelas sociedades medicas. Não há essa descrição nos livros científicos, e, portanto, seu diagnóstico e tratamento não são considerados “legais” ou até seguros.


““FADIGA ADRENAL” não é um diagnóstico médico reconhecido e não justifica a utilização de qualquer tipo de corticoide”



Ainda, acredita-se que os sintomas são muito vagos e que é muito mais perigoso repor fármacos, como os corticoides, que ficar sem eles.



“Por outro lado, existe uma doença clínica, caracterizada pela diminuição do funcionamento das adrenais. É a chamada insuficiência adrenal crônica. Trata-se de uma doença endocrinológica rara, caracterizada pela redução da produção de corticosteroides (como cortisol) pelas adrenais. Estima-se que atinja em média 1 em cada 20.000 habitantes.”



Dado que vai contra as informações dos “defensores” da fadiga adrenal, que julgam que essa doença é o “mal do século”, de grande incidência.


“Existem várias doenças que levam ao aparecimento da insuficiência adrenal crônica. A doença de Addison é a causa mais comum. Trata-se de uma doença auto-imune, causada por auto-anticorpos dirigidos às células adrenais. Outras causas incluem a tuberculose, HIV, sarcoidose, histiocitose, hemocromatose e sangramento de ambas as adrenais.”


Portanto, é essencial o diagnóstico de exclusão e entender que existem muitas doenças que influenciam no cortisol. Ainda orienta que o exame de avaliação do cortisol, para casos de deficiência de produção do mesmo, não se dá através do cortisol salivar, mas através do teste de estimulo.


“O diagnóstico laboratorial é feito pela dosagem sanguínea dos hormônios adrenais, que permanecerão baixos mesmo após estímulo da glândula com hormônio hipofisário sintético.“


Apesar de parecer promissor e respondedor de muitos das queixas dos pacientes, realmente, mais estudos são necessários. A revisão de Cadegiani, observou que através de estudos publicados no PubMed, existem mais teoria que acompanhamento e registos científicos de casos clínicos sintomáticos. Portanto, como os médicos estão lidando com a vida. A prudência é essencial.


https://www.endocrino.org.br/nota-de-esclarecimento-sobre-fadiga-adrenal/

Cadegiani, F.A; Kate, C.E. Adrenal fatigue does not exist: a systematic review. BMC Endocrine Disorders. Jun, 2016. DOI: 10.1186/s12902-016-0128-4

Sinais e sintomas da fadiga adrenal: doença ou preguiça?


Sabendo dos efeitos do cortisol a manutenção da vida, imaginemos o que a deficiência de cortisol pode causar:


- Imunidade reduzida. Pessoas que não tinham alergias e desenvolvem, ou que tinham alergias e pioram. Especialmente as doenças respiratórias e intestinais, que comunicam diretamente com cortisol para atuação, em conjunto, da primeira barreira da imunidade.


-Disbiologia intestinal: diarreias, constipações ou flatulência.


- Hipoglicemias após o stress. O cortisol naturalmente aumenta a glicemia, mas na sua ausência, o contrário se manifesta.


- Hipotensão postural. Quando o indivíduo se levanta bruscamente, queixa-se de tonturas e sensações de desmaios ou escurecimento da visão.


- Dor muscular e fraqueza: redução da ação anti-inflamatória dos corticoides levando a muitos pacientes receberem o diagnóstico de fibromialgia.


- Alteração do sono e humor: despertar noturno ou alerta ao final do dia, ou dificuldade de dormir. As pessoas em geral se intitulam que “são da noite”, que funcionam melhor a noite. Pois o pulso de cortisol está aumentado a noite e não ao dia.


- Cansaço descomunal para acordar. Pela falta do pico de cortisol as quatro da manhã, o indivíduo se queixa de dificuldade de “sair da cama” e começar o dia.


- Cansaço após exercícios. Em geral o cortisol é liberado durante os exercícios e aumenta a disposição após as atividades físicas, mas na ausência de cortisol, o contrário se manifesta.

Como estamos falando de uma síndrome é necessário muitos dos sintomas estejam presentes e misturados entre si. A presença de um dos sintomas isolados pode caracterizar outra doença. Caso você se identifique aqui, procure seu médico.


Como faço para saber se sofro de fadiga adrenal?


Estando o cortisol alterado, o diagnóstico é clínico com confirmação com exame laboratorial. Sendo que o melhor exame é a dosagem salivar de cortisol noturno, ou ainda em três horários diferentes do dia.

O exame “de sangue” não identifica exatamente o cortisol livre. Pois, no sangue a maioria do cortisol está ligado a albumina. A albumina carrega o cortisol para os tecidos que ele precisa atuar, e impede que o cortisol fique solto, livre, atuando nos vasos da corrente sanguínea. Assim, o cortisol da corrente sanguínea é não atuante.


Quando o cortisol atinge a saliva, lá só chega substancias de tamanhos pequenos, de forma que o cortisol ligado a albumina fica impedido de estar na saliva, passando apenas o cortisol livre. Por isso que o melhor exame é a dosagem de cortisol salivar.

Se o cortisol salivar da noite estiver reduzido ou a curva de secreção de cortisol, durante o dia, não for em curva L (maior de dia e menor a noite), deve-se iniciar a suspeita e tratamento.

O tratamento da fadiga adrenal


Primeiramente o diagnóstico de fadiga adrenal é de exclusão e, portanto, antes de qualquer intervenção medicamentosa é essencial o que chamam de “tratamento integrativo”. Pois ele é FUNDAMENTAL. Sem as mudanças de hábitos de vida, não nenhuma indicação de uso de medicações, já que na maioria das vezes, realmente, não há necessidade da prescrição deles.


O tratamento integrativo consiste em: identificar o fator de estresse e intervir sobre ele, a fim de diminuir a exposição ao estresse. Instituir o bom sono, seja através de hábitos, seja através da investigação de doenças associadas. Descanso e maior tempo de lazer. Ingesta de água. Atividade física regular. Alimentação consciente. Paz interior e saúde mental. Estando todos esses fatores sobre controle, que o tratamento mais intensivo pode ser dado.


A alimentação consciente consiste em eliminar o trigo, o leite, a gordura trans e a soja.


Como intervenções medicamentosas há uso de fitoterápicos, suplementação com vitaminas (ácido pantotênico – vitamina B5, ácido ascórbico- vitamina C, vitamina D, ômega 3 e zinco), como uso de hormônios, em último caso.


O tempo de acompanhamento e para reestruturação da adrenal demora cerca de 2 anos, podendo apresentar melhora a partir de três meses de “reforma”. De forma que essa informação deve ser dada ao paciente para diminuir a angustia e ansiedade associada a pressa para melhorar o quadro.


Ferazza; J.M, Ota; C.C. Fadiga adrenal: corpo e mente em desequilíbrio. Unibrasil, 2016. ISSN: 2525-5126.


Os perigos da reposição de corticoides:



A suplementação de cortisol, após a leitura dessa postagem parece ser a resposta que todos nós estávamos procurando. Mas fiquem atentos e criteriosos a tudo que se escreve.


Sempre fomos orientados pelos nossos médicos, mães e cuidadores a ter cuidado com uso de corticoides. Que devemos evitar o uso indiscriminado, a forma correta de usar e até orientações na forma de cessar a medicação. Porque isso?


Quando invadimos o funcionamento normal dos nossos órgãos, mesmo que em doses baixas e supostamente inocentes, de corticóides, efeitos colaterais são observados. Nos EUA, um recente estudo, acompanhou por três anos 1.548.945 pessoas, onde 20% delas receberem pelo menos uma prescrição de corticoides, por períodos curtos, após a atendimento médico. Uma comparação entre os pacientes que usaram e os que não usaram corticoides, houve aumento da incidência de sepse, trombose e fratura óssea, no intervalo de 90 dias, naqueles que fizeram o uso do corticoide, em baixas doses.


Quando você precisa do seu médico, clique aqui.


WALJEE, A.K; ROGERS, M.A.M; LIN, P. et al. Short Term Use of Oral Corticosteroids and Related Harms Among Adults in the United States. The British Medical Journal. 2017.

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Uma atuante no metabolismo funcional e low carb que tem o objetivo de utilizar e agregar a tecnologia como complemento do tratamento de pacientes com distúrbios metabólicos, prestar informações relevantes sobre as doenças metabólicas e propiciar um meio para compartilhamento de experiências no enfrentamento dessas doenças e incentiva-los na busca de qualidade de vida!

Dra Lia Lima

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