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Variação Glicêmica no Diabetes - Com Dra Lia Lima

Entenda o que é variação glicêmica no diabetes



Para o diagnóstico, acompanhamento e sucesso no tratamento do diabetes, o medico costuma solicitar alguns exames e falar muitas vezes em certas linguagens que por vezes não entendemos.


Rsrs, bem eu entendo, mas vejo a cara de “não entendi” dos meus pacientes. Uma das palavras que geram essa face é quando falando de hemoglobina glicada. Falar em Hemoglobina glicada - HbA1c faz referência a uma célula sanguínea e não a açúcar, além disso, tem um resultado em porcentagem o que dificulta o entendimento da mesma.


Você consegue entender melhor sobre a HbA1c na minha postagem: Entenda a Hemoglobina Glicada.


Outra dificuldade é explicar sobre a variação glicêmica, e é sobre ela que vamos tratar hoje, certo?


A endocrinologia é a área da medicina que estuda os hormônios e quando existe um funcionamento normal e saudável dos humanos, eles (os hormônios) encontram-se em homeostase.

A homeostase nada mais é o desejo de todos nós: alcançar um estado de equilíbrio.


A glicemia (o açúcar no interior da corrente sanguínea) também deseja se permanecer em homeostase, em equilíbrio. Para que isso ocorrer é que necessitamos da influência de alguns hormônios, os mais conhecidos nesse sistema se chamam-se insulina e glucagon.


Pessoas que sofrem com diabetes não conseguem manter em equilíbrio os valores de glicose dentro da corrente sanguínea. Isso se dá por vários fatores, mas todos terminam com excesso de glicose no sangue. O corpo suporta ao longo do dia uma certa variação de glicose, de forma que o excesso, como a deficiência da glicose em demasia é prejudicial.


Em geral o corpo aguenta em média, até 50mg/dl de variação glicêmica. Ou seja se o normal é 100mg/dl, a glicose pode ir de 50 a 150mg/dl, aparentemente sem riscos.


Por exemplo: se o normal é manter a glicemia na média de 100mg/dl, após as refeições um aumento até 150mg/dl parece não ser prejudicial. Em momentos de jejuns, a redução da glicemia em até 50mg/dl (e sem sintomas) parece também não ser prejudicial.


Observação muito importante:

A glicemia em diabéticos não deve ficar abaixo de 70mg/dl mesmo que o paciente não sinta nada e que glicemia abaixo de 54mg/dl é GRAVE.




Uma pessoa com a glicemia de jejum dentro dos valores de normalidade, com uma hemoglobina glicada dentro dos valores de normalidade podem apresentar aumento da glicose em momentos esporádicos, como especialmente após as refeições.

É nesse momento que dizemos que a variação glicêmica importa, pois imediatamente durante e após as refeições necessitamos de secreção de insulina imediatamente pelo pâncreas e isso pode não estar ocorrendo, antes mesmo da pessoa ter a doença de diabetes estabelecida. Por isso que o teste de curva glicêmica e curva de insulina são importantes nesses casos.


Outra situação é quando a glicemia de jejum está normal, hemoglobina glicada também, mas o paciente sofre de hipoglicemia. A hemoglobina glicada calcula a glicose que em geral está em excesso nas hemácias, mas não estipula hipoglicemias. Variações de glicose para abaixo dos valores de normalidade em diabéticos são extremamente lesivos aos órgãos e por isso a variação glicêmica pra menos é um dado muito importante de observar nesses pacientes.


Geralmente monitores continuados de glicemia intesticial, no Brasil até o momento existe o Free Libre Style, ajudam no acompanhamento da glicemia ao longo de 14 dias seguidos e ajudam na avaliação dessa condição importante.


Viu gente como cada caso é um caso e que os exames devem estar associados com a clínica e queixas do paciente fazendo daquela consulta um exercício de quebra cabeça!























Gente, espero te ajudado!

Se você gostou desse artigo, compartilha e comenta aqui!

beijos

dra. Lia Lima

Referencias:

ZACCARDI; F. DAVIES; M.J. DHALWANI; N.N. et al. Trends in hospital admissions for hypoglycaemia in England: a retrospective, observational study. The Lancet Diabetes Endocrinology. V.4, N. 8, P.677–685. Agosto, 2016.

LYRA; R. LUCENA; V.L COUTINHO; M.J.M. et al. Hipoglicemia e acidose lática. Diabetes Mellitus. Editora Gen. Cap. 54, P.524-528. 3ª edição, 2013.


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Uma atuante no metabolismo funcional e low carb que tem o objetivo de utilizar e agregar a tecnologia como complemento do tratamento de pacientes com distúrbios metabólicos, prestar informações relevantes sobre as doenças metabólicas e propiciar um meio para compartilhamento de experiências no enfrentamento dessas doenças e incentiva-los na busca de qualidade de vida!

Dra Lia Lima

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