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Aumenta o Vício do Álcool após Bariátrica- Com Dra. Lia Lima



Se você já fez a cirurgia bariátrica ou pretende é importante que você esteja “por dentro” da maior informação possível sobre o assunto para não cair nas armadilhas do “eu não sabia”.


Um assunto polêmico que envolve a bariátrica é o aumento estatísticos do consumo de álcool nessa população, após a realização cirúrgica. Apesar de existir esse fato, vale lembrar que isso ainda é uma minoria e 93% da população que realiza esse procedimento não desenvolve dependência ao álcool.


Vamos entender o que a ciência apresenta de conhecimento atual sobre isso?


Que a cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz na perda de peso e que ela efetivamente prolonga a quantidade e a qualidade de vida é assunto batido e bem esclarecido entre os profissionais que estudam esse método. Mas como toda cirurgia e mudança radical no corpo é natural esperar que algumas situações diferentes possam ocorrer.



Existem atualmente dois métodos mais realizados no Brasil: o by-pass em Y de roux e o sleeve vertical, mas quando o assunto é aumento de chance de dependência do álcool, estatisticamente essa consequência é infelizmente observada em ambos os métodos, sendo que maior a prevalência quando realizada o by-pass, em homens e na idade da juventude.


Existem duas teorias para explicar esse achado, uma delas mais preferida pelos psicólogos, chama-se “transferência de dependência” e outra justificativa menos psicológica e mais fisiológica.


transferência de dependência


Isso porque o álcool é uma substância alucinógena, que altera neurotransmissores muito semelhantes às do açúcar (dopamina), levando a sensação de bem-estar e prazer imediatos (eating confort). Uma vez que o paciente não pode comer comidas açucaradas, por falta de espaço no estomago, a ingesta de álcool parece uma alternativa para fornecimento de bem-estar. Se por um lado existe uma tendência de transferir a dependência do alimento para a bebida alcoólica, é importante lembrar que a população obesa tem mais distúrbios mentais como depressão, compulsão, ansiedade e dificuldade de lidar com os problemas que a população de peso normal. Sendo assim, uma população mais propícia a desenvolver transferência de dependência se feito a cirurgia ou não.


O que gera questionamento sobre a teoria da transferência de dependência é que os pacientes pós bariátricos só começam a ingerir álcool em média após 2 anos do procedimento, portanto, se a causa fosse unicamente mental, a dependência deveria ocorrer antes, concordam?


Até dois anos de cirurgia é chamada de fase de lua de mel, na qual há perda e manutenção de peso. Após esse período que se identifica a chance de re-ganho de peso e aumento de ingesta de bebidas alcoólicas.


O perigo é que o álcool é um alimento chamado de caloria vazia, ou seja, é uma bebida que fornece bastante caloria com pobreza de nutrientes. Em geral alimentos calóricos líquidos não geram saciedade, como acontece com os sólidos, levando o individuo consumir quantidades cada vez maiores de bebidas alcoólicas sem gerar sensação de estufamento.

Teoria fisiológica:


A justificativa fisiológica que explica esse aumento é que o estomago quando reduzido de tamanho, perde o funcionamento natural da álcool desidrogenase no estomago, enzima que participa da degradação do álcool.


Assim, essas pessoas acabam bebendo mais para poder sentir os efeitos do álcool. Beber mais de um alimento caloria vazia é um risco para ganhar peso.


Mas ainda tem mais, o que se observa é que o teor alcoólico de pessoas pós bariátricas também é maior, de forma que eles podem ou não beber maiores quantidades, mas que no seu sangue o teor é duas vezes maior que o tradicional. Sendo assim, 2 tacas de vinho tem o efeito de 4 tacas de vinho.


O teste de bafamento mostrou que o teor alcoólico nessa população para a mesma quantidade de ingesta de álcool não é só o dobro quanto dura mais tempo. Esse achado facilita o desenvolvimento de vicio, concorda?


Por isso que é importante o laudo psicológico antes do procedimento e as vezes a negação

do método é benéfico, uma vez que essas pessoas devem ser bem identificadas pelos terapeutas.


Se você gostou desse conteúdo, compartilha pro pessoal que fez essa cirurgia ou pretende fazer, ajuda muito!


Beijos a todos,

Dra Lia Lima



Referencias:

YODER, Ruth et al. How do individuals develop alcohol use disorder after bariatric surgery? A grounded theory exploration.Obesity surgery, v. 28, n. 3, p. 717-724, 2018.

ERTELT, Troy W. et al. Alcohol abuse and dependence before and after bariatric surgery: a review of the literature and report of a new data set. Surgery for Obesity and Related Diseases, v. 4, n. 5, p. 647-650, 2008.

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Uma atuante no metabolismo funcional e low carb que tem o objetivo de utilizar e agregar a tecnologia como complemento do tratamento de pacientes com distúrbios metabólicos, prestar informações relevantes sobre as doenças metabólicas e propiciar um meio para compartilhamento de experiências no enfrentamento dessas doenças e incentiva-los na busca de qualidade de vida!

Dra Lia Lima

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