Existe um Peso ideal? Dra. Lia Lima Explica
Existe um peso ideal? Como a Bioimpedância pode auxiliar.
A obesidade é bem mais que o excesso de peso. O indivíduo costuma apresentar uma relação de amor e ódio com a balança ou, ainda, de medo. Entretanto, a balança fala muito pouco do que queremos entender, tratar e resolver.
Não existe um peso ideal para cada um ou uma meta de peso. O que existe é um peso que, associado a práticas rotineiras e hábitos de vida saudáveis e sustentáveis, faz o indivíduo se sentir feliz com a aparência e ter boa saúde e bom funcionamento do organismo como um todo.
Por que então ainda usam o IMC como classificação de Obesidade?
Há várias formas de classificar a obesidade. A OMS definiu o Índice de Massa Corpórea (IMC), ou índice de Quetelet, como o método mais próximo da realidade dessa patologia.
A OMS escolheu o IMC como padrão para classificação de obesidade por haver diversos estudos que demonstraram que pessoas obesas apresentaram mortalidade (risco de morte) mais elevada que pessoas não obesas, ou seja, com o índice dentro da normalidade. Do mesmo modo, pessoas com IMC baixo também apresentaram mortalidade aumentada. Essa curva se apresenta em formato de J. Vejam abaixo a curva em J do IMC, quadro 1A, demonstrando que a medida que aumenta o IMC, aumenta-se também a mortalidade.
Assim, o IMC se tornou a forma padrão e científica de classificação de sobrepeso e obesidade. Apesar de essa fórmula definir quem está com excesso ou déficit de peso, é um método insuficiente, por apresentar as seguintes desvantagens: não define o local do depósito de gordura, não identifica qual componente corporal (músculo, gordura ou ossos) está em excesso, a idade e etnia apresentam resultados discordantes de IMC e é infiel para pessoas com desvio de coluna, edemas, entre outras patologias. Portanto, o ideal é que o IMC seja usado em conjunto com outros métodos de detecção de gordura, pois a combinação desse índice com medidas da distribuição de gordura pode ajudar a resolver alguns problemas gerados por seu uso isolado.
Pessoas com mesmo peso podem ter composições diferentes!
Veja o exemplo abaixo: um homem obeso de 182m, cujo corpo é composto especialmente por gordura, apresenta-se com Peso 115kg. Seu IMC é 33. Outro homem, com mesmo peso e altura é fisiculturista, portanto, o corpo composto especialmente em músculo, apresenta o mesmo IMC 33. Certamente o homem fisiculturista não é obeso e recebe a classificação de obesidade, demonstrando que a balança não é transparente em saúde, muito menos o IMC é fiel para obesidade.
A avaliação do peso
Existem várias formas de avaliar obesidade: peso da balança (para classificação do IMC), valores de cintura abdominal, relação cintura-quadril, relação cintura-estatura.
Por outro lado, existem aparelhos que avaliam de que o corpo é composto: a pesagem hidrostática, a avaliação ultrassonográfica da gordura, tomografia computadorizada, ressonância magnética e radioabsorciometria de feixes de raios X de energia dupla (DEXA), medida das pregas cutâneas, impedância bioelétrica (IB) ou bioimpedância.
O corpo humano é constituído por 98% de água, oxigênio, carbono, nitrogênio, cálcio e fósforo, e 2% de outros nutrientes. O conjunto desses elementos forma as principais estruturas do corpo: os músculos, os ossos e a gordura. O estudo da composição corporal pode identificar qual estrutura é mais prevalente no indivíduo, e certamente uma balança de pesagem comum, que nos entrega apenas um valor bruto, não parece ser um exame completo.
A avaliação da composição corporal pelo método de bioimpedância é atualmente a mais utilizada em consultório médico para perda de peso, budybuilding e medicina esportiva. É um método que auxilia na identificação do estado nutricional do indivíduo, ajuda na programação alimentar, programação do tipo de atividade física a realizar, identifica a taxa metabólica basal e propõe metas.
Conclusão:
Não se torne dependente da balança, ela fala muito pouco.
Não existe um peso ideal para uma determinada altura.
Você já realizou seu teste de bioimpedância? Ele pode falar muitas coisas sobre seu peso!
Se você quer conhecer mais sobre a bioimpedância, aguarde até a minha próxima postagem, pois estarei explicando somente sobre ele!
Todas essas informações foram retiradas do meu livro: Obesidade: A arte em reduzir esse peso. Livro de minha autoria no qual explico toda a fisiopatologia de obesidade conhecida até a atualidade e sugiro uma ideia de estilo de vida para praticar, inspirada nos hábitos Low Carb e Paleolíticos para fazer a pessoas perder peso e mante-lo. Para adquiri-lo clique aqui.
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Fiquem em paz, beijinhos,
Dra. Lia Lima