Conheça as Técnicas de Cirurgia Bariátrica
Conheça as Técnicas de Cirurgia Bariátrica
O trato gastro intestinal normal: Em humanos, o estômago tem um volume de cerca de 50 mL quando vazio. Depois de uma refeição, ele geralmente se expande para suportar cerca de 1 litro de comida, mas ele pode expandir até 4 L. Nas cirurgias bariátricas, quando há grampeamento do estomago, sua redução chega a volumes de 30 a 150 mL.
O alimento entra pela boca onde é triturado e previamente digerido por enzimas da saliva, segue pelo esôfago, desemboca no estômago onde sofre ação de enzimas digestivas e acidez, segue em uma parte do intestino que se chama duodeno, lá recebe material digestivo vindo do pâncreas e da vesícula biliar do fígado, segue pelo íleo que é essa parte fininha do intestino (é aqui onde as cirurgias bariátricas atuam com mudança desse percurso). A boca, estomago e duodeno tem muita importância na trituração e digestão dos alimentos, entretanto o íleo exerce grande influencia na absorção dos nutrientes. O material que sobra é transformado em bolo fecal, que ocorre principalmente na parte grossa do intestino (intestino grosso: cólon, sigmoide e reto), passando pelo cólon, que é dividido em três partes, a direita, transversa, esquerda e termina no sigmoide (pois tem formato de S) e reto.
Existem três classificações de procedimentos para perda de peso:
Técnicas restritivas
Técnicas disabsortivas
Técnicas mistas
Técnicas restritivas: São técnicas que limitam o volume de alimento sólido ingerido pelos pacientes. Esta técnica depende da colaboração do paciente no pós-operatório, pois alimentos líquidos podem continuar a ser ingeridos quase no mesmo volume que eram antes da cirurgia e se forem muito calóricos irão atrapalhar a perda de peso.
São técnicas de fácil realização, oferecem riscos mínimos para o paciente, a adaptação e a recuperação são tranquilas, no entanto, a perda de peso alcançada é menor do que com as outras técnicas.
As principais técnicas restritivas são:
Gastrectomia Vertical ou Sleeve;
Banda gástrica ajustável.
Técnicas disabsortivas: Com elas, o paciente tem mais liberdade de comer maior quantidade de alimentos, já que não há grande diminuição do estômago. É feito um grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso. Há necessidade de controle mais rigoroso dos distúrbios nutricionais e das complicações que essas técnicas podem causar.
A mais conhecida no Brasil:
Derivação Bilio-pancreática com Duodenal Switch.
Técnicas mistas: São aquelas que associam as técnicas restritivas com as disabsortivas, ou seja, fazem uma limitação ao volume de alimento sólido ingerido e um desvio menor no trânsito do alimento no trato gastrointestinal.
A mais usada atualmente é a gastroplastia vertical com bypass em y de Roux.
Bypass gástrico:
É a técnica mais realizada no país. O estômago é grampeado e reduzido para o volume de 30 a 50mL, depois, é ligado diretamente a uma parte média do intestino ileal. O íleo é essa parte fininha do intestino. A parte do estomago e do intestino que sobrou é reconectada ao intestino também. Essa mudança de trajeto do alimento é chamada de derivação ou desvio. A absorção de as vitaminas é influenciada nessa cirurgia pois a passagem do alimento é reduzida no estomago e no intestino.
É indicada para quem tem cerca de 50 kg de excesso de peso, associados com diabetes, colesterol e triglicérides alta. É a cirurgia que mais reduz a perda de peso como a que mantem o peso perdido por mais tempo. Também é a técnica que mostrou eficácia na remissão do diabetes.
Gastrectomia vertical
Gastrectomia vertical, conhecida também como "Sleeve Gastrectomy", é uma técnica cirúrgica que consiste na retirada 70 a 80% do estômago, de forma longitudinal. A técnica consiste em fazer do estômago uma espécie de tubo, com capacidade de cerca de 150 ml. Ao reduzir o espaço, o paciente é obrigado a comer pequenas refeições. Além do efeito restritivo pela redução do tamanho do estômago, se retira justamente a parte do órgão onde é produzido o hormônio Grelina, responsável pela sensação de fome quando ele se esvazia. Portanto, reduz a fome.
Tem a vantagem de preservar o trânsito pelo duodeno (responsável pela absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B), se necessário pode ser convertida em uma cirurgia de técnica mista. Permite que o estômago e o duodeno possam ser examinados por endoscopia.
É indicada para quem tem de 30 a 40 kg de excesso de peso (quando o excesso de peso não é tão grande, pois reduz menos peso que o bypass), come em grandes quantidades, mas não tem doenças associadas. Não há derivação na Sleeve, portanto as principais vitaminas que são acometidas nesse procedimento é a vitaminas do complexo B. Lembre-se que o simples fato do estomago reduzir de tamanho e o indivíduo comer menos, pode levar a deficiência de todas as vitaminas por falta de oferta e não pela dificuldade de absorção.
Banda gástrica ajustável
Coloca-se um anel de silicone ajustável no início do estômago, o que desacelera a digestão. Esse procedimento recebe o nome de Banda gástrica ajustável pois o anel tem uma mangueira (chamado de manguito) que fica no subcutâneo da pessoa e ela pode ajustar a insuflação do anel. O anel se insuflado demais pode causar náuseas e vômitos em excesso, como muito desinsuflado causa fome. A operação é feita por laparoscopia, ou seja, sem abrir o abdome e pode ser regulada depois, a qualquer tempo, ambulatorialmente. Geralmente, obtém-se uma perda de peso em torno de 20 a 30%, mas depende da cooperação do paciente. É cada vez menos utilizada, muitas pessoas que já fizeram cirurgia bariátrica ainda possuem o anel, mas a maioria teve de retirar o dispositivo pelas complicações que causa.
Duodenal Switch
É uma técnica mista pois o grampeamento do estomago é semelhante a gastrectomia vertical, entretanto há desvio intestino para porções mais inferiores, nesta técnica, aumenta-se a derivação intestinal. O paciente come menos e o corpo absorve menos alimentos também. A técnica, indicada para pacientes que tem alguma doença no estômago, é cada vez menos utilizada nas clínicas, pois o risco de problemas nutricionais, como episódios de diarreia, é maior.
Qual a melhor técnica?
O melhor método é aquele que você decide com seu médico. Apesar de ser importante você entender sobre as técnicas, sempre deixe seu médico propôr a opinião dele, a experiencia, a situação do hospital e material cirúrgico escolhido e além disso, trazer as atualidades, pois a medicina está em constante mudança, em especial a cirurgia bariátrica, que é algo recente na história da medicina.
Não deixe de ler aqui sobre os mitos relacionados a cirurgia bariátrica.
Por hoje é isso, espero que gostem e deixem seus comentários!
Muito Obrigada, Mil Beijos e Fiquem em Paz
Dra. Lia Lima e Equipe de Bariátrica - Contato 11 - 975779922