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Bomba de Insulina Para Diabetes: Sim ou Não?

BOMBA DE INSULINA PARA DIABETES: SIM OU NÃO?

Olá pessoal, hoje o assunto é bomba de insulina, que é tema para pouquíssimas pessoas.

A terapia de sistema de infusão de insulina (SICI), cujo nome popular é "bomba de insulina", é uma forma de tratamento indicada para aqueles que necessitam de intensificação do tratamento do diabetes, com uso exclusivo de insulina.


O diabetes tipo 1 é uma forma de diabetes que necessita de desse tipo de tratamento intensificado, de forma que a bomba pode ser uma opção para esse grupo. Há alguns seletos casos de diabetes tipo 2, que também podem ser enquadrados.


Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da IDF (novembro de 2019) mostram que existem 463 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo, desse total, 10% deles são diabetes do tipo 1 (cerca de 46 milhões). Apesar do número de pacientes com diabetes tipo 1 ser bem menor que do diabetes tipo 2, esse grupo também está crescendo nos últimos anos.

O post de hoje é sobre bomba de insulina, comumente indicada no diabetes tipo 1, os conceitos, as indicações, as crenças e mitos, as limitações e os potenciais benefícios!

O QUE É A BOMBA DE INSULINA?

A bomba de insulina (SICI) nada mais é que um dispositivo tecnológico que injeta insulina através de um cateter que fica instalado na pessoa. Os usuários de bomba de insulina possuem um cateter que pode ser adaptado nas mesmas regiões de injeção de insulina (flancos, abdome, interior da coxa e posterior dos braços) e esse cateter (cuja ponta é flexível) comunica com a máquina através de uma cânula. O dispositivo “bombeia” insulina da máquina, que atravessa a cânula e então acessa o cateter, que doa a insulina para as pessoas que precisam do hormônio no tratamento do diabetes.


A bomba de insulina recebe uma programação de cálculos feita pelo médico, e o paciente deverá informar para a máquina a quantidade de carboidratos que vai ser ingerido e informar a glicemia (capilar ou intersticial) do momento. Com isso, a calculadora de bôlus inserida e configurada pelo médico, irá sugerir a dose de insulina a ser aplicada. Apenas isso e o resto é a bomba que faz. Ou seja, aqui estamos falando de uma estratégia de terapia que traz conforto, pois nesses casos, os pacientes se livram a obrigação de administrar insulina por meio de canetas ou seringas, a cada refeição. Mesmo os pacientes já adaptados às “agulhadas” referem que, mesmo descrentes, ao mudar a terapia para a bomba, se sentem mais livres.

A BOMBA DE INSULINA UTILIZA APENAS UM TIPO DE INSULINA?



Sim! Uma característica da bomba de insulina é que ela é programada para tentar “imitar” o pâncreas, logo ela injeta insulina em microdoses continuamente, imitando a função do pâncreas em oferecer pequenas quantidades de insulina durante 24 horas do dia, chamada de Função de Insulina basal. Ao mesmo tempo, ao ingerir alimentos, o pâncreas naturalmente produz uma porção maior de insulina, pois ao comer, a glicose aumenta. A bomba de insulina também calcula e sugere a injeção de porções maiores de insulina durante as refeições, chamado de função bôlus.


Você pode aprender mais sobre essas funções no vídeo do canal do YouTube aqui. Tenho certeza que tem muita informação a acrescentar por lá!😉🤓


Nosso corpo só produz um tipo de insulina, sendo que ela tem a função de basal e uma função bôlus. A bomba de insulina também só trabalha com um tipo de insulina (insulina análogos de ação rápida) e consegue fornecer as mesmas funções que o pâncreas saudável: basal e bôlus.

O fato é que na terapia de múltiplas doses de insulina, aquelas em que o paciente precisa administrar insulina a cada refeição, é necessário que ele aplique uma insulina que atue imediatamente nas refeições (insulina rápida ou análogos de ação rápida), como também, uma insulina que forneça sua ação em pequenas doses ao longo do dia, que seria a função basal. Portanto é comum, quando a pessoa faz a terapia com canetas chamar a insulina de um tipo de insulina basal e a outra de bolus, o que na verdade, está se tratando de uma função e não do nome da insulina.


E finalmente, sim, a bomba de insulina só utiliza um tipo de insulina, mas fornece todas as funções da insulina, o que de fato, permite que o tratamento seja mais parecido com o fisiológico e por isso que apresenta resultados tão impressionantes.


QUAIS OS BENEFÍCIOS DA BOMBA DE INSULINA?

  1. Conforto: crianças não tem conhecimento da doença e da necessidade de disciplina para o controle do diabetes, sendo a bomba de insulina uma ótima solução para garantir fornecimento de insulina nesses casos, e evita a necessidade de inúmeras agulhadas ao dia. O cateter e cânula devem ser mudado a cada 3 dias, ou seja, a agulhada de instalação de cateter ocorre, em média, a cada 3 dias.

  2. Mais fisiológico: como a bomba de insulina tenta imitar a forma que o pâncreas funciona, ela costuma apresentar resultados melhores.

  3. Qualidade de vida aumentada: a união de conforto com bons resultados da glicose e da saúde permitem o paciente experimentar a sensação de que o diabetes não é esse “bicho de 7 cabeças”!

  4. Reduz eventos de hipoglicemia: comparado com o modelo de uso de insulina de múltiplas doses, a gravidade, a quantidade, a frequência e a forma de controlar a hipoglicemia com a bomba é sempre melhor. Esse resultado é provado em estudos clínicos, como observado na pratica tanto pelos médicos como pelos pacientes. Essa é, sem dúvida, uma das maiores indicações do uso no dispositivo.

QUAIS AS DESVANTAGENS DA BOMBA DE INSULINA?

  1. Existe uma maior possibilidade de causar cetoacidose quando a bomba apresenta alguma disfuncionalidade e a pessoa que usa precisa saber as orientações a tomar, além de assistência da equipe médica como das empresas que fornecem a bomba.

  2. O preço é sem dúvida o maior limitador de acesso ao tratamento. Muitas pessoas nem recebem a informação que existe essa opção de tratamento, pois muitos médicos preocupam-se com os custos desse tratamento. Felizmente os valores estão cada vez mais acessíveis e o acesso a esse tratamento também. Existem estudos clínicos que mostram que a longo prazo, os custos com a bomba de insulina são até menores, comparados ao tratamento com seringas e canetas, naqueles pacientes que mostraram excelentes metas de glicemia.

COM A BOMBA NÃO PRECISO MAIS “FURAR” OS DEDINHOS?

Não é isso! Quando descrevemos que a bomba de insulina evita agulhadas, estamos nos referindo as agulhadas para injeção de insulina por canetas ou seringas, mas não as agulhadas para análise da glicemia através da “ponta de dedo”, pois as bombas precisam tanto da quantidade de carboidrato que o indivíduo vai comer, como também necessita do valor da glicemia em tempo real, naquele momento.

Algumas bombas de insulina mais modernas conectam-se com sensores de glicose, que emitem o valor da glicemia intersticial em tempo real, e nesses casos, sim, o indivíduo só vai precisar furar o dedinho em algumas situações e para calibrar os sensores. Os modelos com preço mais acessíveis, que são a maioria, não possuem sensores.


Na hora de escolher se vale a pena investir em bombas com sensores, muitas questões são colocadas em pauta, discuta com seu médico.🤜🤛😉😉


QUEM USA A BOMBA PODE PRATICAR ESPORTES?



Sim! Claro que pode, no entanto, alguns esportes com traumas (lutas, por exemplo) podem causar danos na máquina, sendo importante pensar sobre a viabilidade. A glicose varia dependendo do tipo e intensidade dos exercícios e o uso de bombas de insulina em atleta mostra inclusive, melhores resultados na glicose, como na recuperação do paciente.


A BOMBA DE INSULINA É INDICADA PARA TODOS DIABÉTICOS?


Não! Leia as indicações de uso de bomba de insulina nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes aqui e converse com seu médico dessa terapia. Mas certamente crianças com menos de 6 ou 7 anos, esta terapia tem indicação direta na grande maioria dos países.


ENTÃO, BOMBA DE INSULINA, SIM OU NÃO?


Em resumo, a bomba de insulina é sim uma ótima opção de terapia, tem resultados incríveis e por isso que os médicos que lidam com diabetes tendem a indicá-la. Não é a única forma de conseguir bons resultados no controle de glicose, pois as outras terapias são eficazes também, com a diferença de maior necessidade de disciplina e a possibilidade de expor-se a mais riscos de hipoglicemia.


Deixo o entusiasmo em forma de palavras do Dr Marcio Krakauer, endocrinologista: "A Terapia por Bomba de Insulina irá sofrer transformações tecnológicas muito rapidamente, levando a quase total automação das doses de insulina. Esse processo é chamado de "Pâncreas Artificial". "


Ao se interessar mais por essa terapia, saiba que temos condições especiais e diferenciadas para essa terapia!


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Esperamos que tenham gostado dessa postagem, da qual participa o Dr Marcio Krakauer, endocrinologista coordenador do Departamento de Tecnologia, Saúde Digital e Telemedicina da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), Presidente e Fundador da ADIABC (Associação de Diabetes do ABC) e Médico Voluntário da Liga de Diabetes da Faculdade de Medicina do ABC.

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Referencias

https://www.diabetesatlas.org/en/

Doubova, S. V., Roze, S., Ferreira-Hermosillo, A., Pérez-Cuevas, R., Gasca-Pineda, R., Barsoe, C., ... & Valencia, J. E. (2019). Cost-effectiveness of the se of the continuous subcutaneous insulin infusion pump versus daily multiple injections in type 1 diabetes adult patients at the Mexican Institute of Social Security. Cost Effectiveness and Resource Allocation, 17(1), 19.

Quirós, C., Viñals, C., Giménez, M., Roca, D., & Conget, I. (2019). Assessment of the effectiveness of long-term insulin pump therapy using a combined goal of HbA1c decrease and absence of severe hypoglycemia. Endocrinología, Diabetes y Nutrición (English ed.), 66(9), 534-539.

Julia C. Summers, Esther M. Briganti, Zachary A. Fitzgerald, Leo N.J. Lambers and Neale D. Cohen. Long-Term Effectiveness of Continuous Subcutaneous Insulin Infusion in the Prevention of Hypoglycemia in Adults with Type 1 Diabetes Diabetes Technology & Therapeutics Volume 21, Number 7, 2019

Yardley JE, Iscoe KE, Sigal RJ, Kenny GP, Perkins BA, Riddell MC. Insulin pump therapy is associated with less post-exercise hyperglycemia than multiple daily injections: an observational study of physically active type 1 diabetes patients. Diabetes Technol Ther. 2013 Jan;15(1):84-8

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Uma atuante no metabolismo funcional e low carb que tem o objetivo de utilizar e agregar a tecnologia como complemento do tratamento de pacientes com distúrbios metabólicos, prestar informações relevantes sobre as doenças metabólicas e propiciar um meio para compartilhamento de experiências no enfrentamento dessas doenças e incentiva-los na busca de qualidade de vida!

Dra Lia Lima

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