Cetoacidose Diabética
Cetoacidose Diabética
A cetoacidose diabética é, logicamente, uma condição em que só ocorre em pessoas com diabetes (tipo 1 e tipo 2) na situação de falta total de insulina ou na dificuldade de ação dela. Ou seja, ocorre quando, por algum motivo, a insulina não faz o seu papel em pessoas com excesso de glicose.
Quais motivos?
Infecções, especialmente pneumonias e infecções urinárias.
Falta do uso da insulina (lapsos) ou uso de doses baixas;
Algumas medicações: Corticoides, diuréticos, Inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT2).
Vamos te ensinar como ocorre:
A insulina promove a entrada de glicose para as células, mas as pessoas com diabetes, estão com a glicemia (valor de glicose do sangue) aumentada, por que não tem insulina ou por que ela não funciona bem. A glicose, que está em excesso, não consegue entrar nas células e isso codifica o diabetes, se a glicemia aumenta muito a cetoacidose diabética pode instalar.
As células necessitam de glicose para gerar energia, concordam? E, nesses casos, a glicose não entra.
Então o que a célula entende? Entende que não tem glicose disponível, mesmo a pessoa com diabetes estando com hiperglicemia! É por isso que a cetoacidose só ocorre em pessoas com diabetes, e em pessoas saudáveis não.
O corpo, enganado achando que o problema é a falta de glicose, gera vários estímulos para aumentar a glicemia, o que piora a situação. Ele aciona dois órgãos:
Pâncreas: que libera glucagon
Hipófise: que libera dois hormônios: o GH (hormônio do crescimento) ACTH (que comanda a adrenal a produzir cortisol, hormônio muito importante nesse processo)
Nos músculos: sob estímulo do glucagon e do cortisol, na função de promover glicose de qualquer maneira, estimulam a quebra de aminoácidos (proteólise) gerando piruvato e amônia. A amônia cai na corrente sanguínea e o piruvato segue para formação de glicose (gliconeogenese), objetivo final!
No tecido adiposo (gorduras), sob os mesmos estímulos e com mesma meta: ocorre a quebra de triglicerídeos (lipólise) em ácidos graxos livres e glicerol. O glicerol segue para formação de glicose (gliconeogenese), mas os ácidos graxos livres remanescentes fornecem Acetil-coA e esses são formadores de corpos cetônicos (cetogênese).
No fígado, o glucagon estimula a quebra de glicogênio (molécula que estoca glicose) em glicose (glicogenolise).
Resumindo:
Mesmo havendo aumento de glicose, na falta da insulina, há estimulo de vias que causam: hiperglicemia, piorando a condição. Através de várias vias:
Gliconeogênese: formação de glicose a partir de outras substancias.
Glicogenolise: formação de glicose a partir do glicogênio estocado no fígado.
Lipólise: através da quebra de tecido gorduroso para formar glicose.
Entretanto, para que isso ocorra, existe um custo e é daí que estão os sintomas e as consequências:
1. Aumento de glicose acima de 280mg/dl ativa o rim a eliminar glicose. Mas a glicose não é
eliminada sozinha na urina, e carrega substancias que não estavam aumentadas como água, sódio e potássio, causando desidratação, sede, tonturas, hipotensão.
Os corpos cetônicos, formados pela quebra de gordura, também são eliminados na urina e o exame de dosagem de corpos cetônicos na urina ajuda a confirmar o diagnóstico.
2. Há aumento de amônia na corrente sanguínea (lembra da lipólise?) com falta de sódio e água (que foram pela urina) causam retenção de água no cérebro (edema). O edema cerebral que gera a lentidão de raciocínio e se cada vez mais grave, o coma.
3. Os corpos cetônicos formados caem na corrente sanguínea e causam a redução do PH<7,3 (normal é de 7,35 a 7,45), conhecido como acidose. Dosar o PH através de gasometria é outra forma de fazer o diagnóstico. Esses corpos cetônicos são também eliminados na respiração apresentando cheiro desconfortável, de acetonas.
O diagnóstico falamos como pode ser feito: sintomas presentes e hiperglicemia, alteração do PH, presenta de cetonas na urina. Existem cetoacidose diabética sem sintomas o que torna perigoso pela demora em procurar auxílio médico.
A cetoacidose diabética é uma situação grave e deve ser evitada a todo custo, ela a risco de vida e o tratamento é em hospital.
Esperamos que tenham gostado dessa postagem, da qual participa o Dr. Marcio Krakauer, endocrinologista coordenador do Departamento de tecnologia, saúde digital e telemedicina da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), a ADIABC (Associação de Diabetes do ABC) e a Liga de Diabetes da Faculdade de Medicina do ABC.
Se você tem diabetes tipo 2, não deixa de contar pra nós e para as pessoas que estão lendo, como foi o seu diagnóstico! Também não deixa de compartilhar essa postagem para aquelas pessoas que sofrem de diabetes!!!🤓🤓🤓
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