Férias no Uso de Bomba de Insulina é Possível? Entenda o Pump Break!
DAR TEMPO DE FÉRIAS À BOMBA DE INSULINA É POSSÍVEL? ENTENDA O PUMP BREAK
A bomba de insulina, ou sistema de infusão continua de insulina, é dispositivo usado como alternativa de tratamento no diabetes, naqueles que necessitam de insulina.
Na grande maioria dos casos, quem a utiliza são os que possuem diabetes do tipo 1, mas não é uma condição sine qua non.
Caso queira entender melhor a diferença entre os tipos de diabetes, investiga aqui no blog que haverão muitas postagens do seu interesse!
E hoje a postagem é para aqueles que usam esse tipo de tecnologia, ou se interessam pelo assunto, uma população bem específica, dentro do ramo da endocrinologia.
O QUE SIGNIFICA PUMP BREAK OU PUMP-OFF?
É um termo utilizado que caracteriza a fase em que se faz uma pausa no uso da bomba e fazer outra maneira de fornecer insulinas, através das seringas ou canetas.
O PUMP BREAK É OBRIGATÓRIO?
A bomba de insulina é um tratamento flexível, uma vez que o paciente pode fazer a pausa do seu uso, por determinados momentos. Não é nenhuma obrigação em fazer uso dessa estratégia e em geral, no início do uso das bombas infusoras, os pacientes não costumam pensar nessa opção, mas ao longo do tempo, diferentes situações aparecem e sugerir o pump break é uma alternativa bem legal!
QUAIS AS INDICAÇÕES PARA DAR “FÉRIAS” À BOMBA DE INSULINA?
Viagens e férias:
Viagens em especial, para praias ou que haverá banho de piscina pode causar ansiedade em usuários de bomba de insulina, uma vez que a maioria delas não são à prova de água.
Além disso, a exposição ao sol e calor, por tempos estendidos, pode modificar a qualidade da insulina.
Falta de insumos:
Muitos usuários de bomba de insulina no Brasil recebem os insumos do tratamento através do Sistema Único de Saúde, e por alguma eventualidade, pode não ser pontual nas entregas do material.
Caso o patrocínio dos insumos sejam por via privada, alguma eventualidade financeira familiar pode ocorrer e recorrer às múltiplas doses, pode ser uma alternativa momentânea e de menor custo.
DESVANTAGENS EM FAZER O PUMP BREAK?
A quantidade de injeções ao dia, a forma de controlar a glicemia baseada em contagem de carboidratos e não em contagem de insulina são fatores que já discuti anteriormente.
No entanto, algumas bombas possuem benefícios adicionais às outras, como presença de sensores de glicemia em que pode predizer as setas de tendência e orientar a se preparar para tomadas de decisão, como acompanhar a glicose em tempo real. Além disso, algumas bombas podem alertar quando a glicemia está elevada, como baixa, podendo reduzir, como mesmo cessar o fornecimento de insulina. Todas essas ferramentas não se encontram no tratamento de múltiplas doses de insulina que se faz com insulinas por canetas ou seringas.
PUMP-OFF NÃO É UM RETROCESSO!
Há quem pense que tratar diabetes através de bombas de insulina é um avanço frente uso das canetas ou seringas. Na verdade, nesse mundo do diabetes há uma variedade muito alta de pessoas, condições financeiras, estilo de vida, crenças e hábitos. O melhor tratamento é aquele que se conquista uma boa glicemia e com qualidade de vida. A medida que as tecnologias avançam e as medicações surgem, os grupos de pessoas que tratam diabetes de diferentes maneiras estão cada vez mais misturadas, a ponto de ter pessoas que usam bombas e seringas, ao mesmo tempo. Portanto, a indicação de pump break é vantajosa quando o paciente deseja e o medico orienta e acompanha bem!
O QUE PRECISO ESTAR ATENTO DURANTE O PUMP BREAK?
O usuário adaptado à bomba de insulina tem seu tratamento focado especialmente na glicemia e na contagem de carboidratos, enquanto que o tratamento de múltiplas doses de insulinas por seringas ou canetas, o indivíduo precisa estar atento à glicemia, fornecer insulinas em torno de 3-4x dia e na maioria, contar carboidratos e contar doses de insulina também.
Não há uma terapia melhor que a outra, quando se trata de diabetes, pois o tratamento ideal é aquele que o paciente se sente confortável e controla a glicemia.
Há, inclusive, quem julgue que uso de bomba pode ser mais trabalhoso que uso de canetas, pois são maneiras diferentes de tratar o diabetes.
Da mesma maneira, trocar o tratamento de bomba para múltiplas doses, demanda atenção.
1 - Fale com seu médico!
De forma geral o médico orienta o uso da mesma dose basal da bomba para insulinas análogas de longa duração ou aumenta 20% do seu valor para insulina NPH.
A contagem de carboidratos pode ser a forma de fornecer insulinas rápidas ou ultrarrápidas e em geral o médico fornece os fatores (de correção e relação-carboidrato-insulina) fixos, tentando deixar mais fácil a contagem, nesse período.
Lembre-se, o ser humano não é uma receita de bolo, portanto, é comum cada médico fazer a troca bomba para múltiplas doses com pequenas modificações, dependendo de cada caso e por isso que a participação do médico é essencial.
2 – Prepare-se para uma rotina diferente!
Aqui é a parte engraçada da postagem, pois para aquele que nunca fez “ferias” de bomba, pode se atrapalhar se não se programar bem!
Separe uma sacola para que suas canetas ou seringas estejam à mão nos momentos de refeição, uma vez que esse era um hábito perdido. Procure ter por perto receitas medicas atualizadas e todo material em maior quantidade, além disso, anote suas glicemias e doses utilizadas, seja desde aplicativos de celular, como os antigos diários de papel.
Aproveite-se para se reconectar com programação de doses de insulinas basais, e cálculo de doses de insulina para correções e bolus para carboidratos, pois usuários de bombas de longa data acabam esquecendo com mais facilidade dessas ferramentas e não sabem o que fazer nas emergências.
3- TRANQUILIZE-SE!
Não há nada mais tranquilizante, no tratamento de alguma doença, do que saber que podemos fazer diferentes formas de tratamento, contanto que ambas sejam eficazes.
Se houve a sugestão de trocar a forma de tratamento, não significa que houve retrocesso, pelo contrário, significa que no ramo do diabetes, a tecnologia e diferentes tratamentos avançam e cada vez mais o indivíduo tem autonomia de escolhas e experiências com várias formas de tratar.
Esperamos que tenham gostado dessa postagem, da qual participa, junto comigo, o Dr. Marcio Krakauer, endocrinologista coordenador do Departamento de tecnologia, saúde digital e telemedicina da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), a ADIABC (Associação de Diabetes do ABC) e a Liga de Diabetes da Faculdade de Medicina do ABC.
Não deixa de compartilhar essa postagem para aquelas pessoas que sofrem de diabetes!!!🤓🤓
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