Constipação e Low Carb- Com Dra. Lia Lima
Se você não quiser ler essa postagem, pode assistir tudinho no vídeo abaixo:
Você sofre de constipação intestinal? Se sim, leia mais nessa postagem sobre as características desse sintoma e entenda como ligar com ela de forma caseira e se há necessidade de buscar auxílio especializado. ao final da postagem há a descrição da relação entre a alimentação Low Carb com a Constipação.
A constipação não é uma situação engraçada, é um assunto sério!
Você sabe o que é constipação?
Ela não é considerada uma doença, mas sim um sintoma, que é bem frequente, pois acomete 4 – 20% da população ocidental. Se você sofre de constipação, veja que seu sofrimento é bem mais frequente do que você imagina e ele deve ser levado em conta e adequadamente tratado. Os graus de constipação variam, mas todas elas causam grande impacto na qualidade de vida dessas pessoas.
Todos têm o mesmo sentido:
Constipação intestinal = obstipação intestinal = prisão de ventre = enfezado
A palavra “enfezada” não é um jargão popular que não tem sentido. Quando o indivíduo sofre da condição de fezes retidas, podem sofrer de desconforto e até dores abdominais.
Um dos causadores de constipação é a presença de uma flora intestinal não benéfica a saúde e não produtora de um bolo fecal sadio. Uma vez que a flora intestinal participa da
imunidade e do humor, por ser produtor e secretor de serotonina, se ela não for uma comunidade saudável, poderá interferir na oscilação de humor. A palavra enfezada, utilizada pela população leiga, é atribuída aquelas pessoas que estão sempre de mal humor, coisa que é bem comum em pessoas constipadas.
Veja se você sofre dessa condição:
A constipação intestinal é a queixa mais frequente nos consultórios médicos especializados, e apesar dela ser um sintoma, não é fácil de identificá-la, pois exige:
Evacuação esporádica (mínimo de 3x/sem) ou
Grande dificuldade para eliminar as fezes: fezes secas e fragmentadas, esforço evacuatório excessivo, sensação de eliminação incompleta ou mesmo necessidades de manobras manuais para evacuação.
Para conclusão do diagnóstico, deve haver a presença de alguns achados, que são guiados pelos critérios de ROMA IV -2016, criados e revisados pelos especialistas da área.
A figura abaixo está em espanhol, e explicando melhor, deve haver a presença do item 1+ 2 +3. Do item 1: são necessários a presença de 2 ou mais dos seus itens. Esses critérios são sugestivos de constipação intestinal funcional, o que leva a crer que a sua causa não foi originada por nenhuma doença previamente estabelecida.
A escala de Bristol é uma tabela de classificação da consistência das fezes com ilustração, de forma que auxilia o paciente a identificar o seu tipo de fezes mais prevalentes. As fezes mais frequentes na constipação são as fezes do tipo 1 e 2.
E pasmem, existem várias causas de origem de doenças que podem causar a obstipação. É claro, que as medidas caseiras sempre devem ser instituídas antes da procura do médico especialista, pois tal medida auxilia muito o profissional excluir as causas orgânicas (por condições de hábitos inadequados de vida) que levem a constipação.
Causas de constipação:
Primaria ou funcional: o paciente não deve ter nenhuma alteração metabólica (diabetes, hipotireoidismo, Parkinson, AVC, depressão e outros), mecânica (neoplasias, fissura anal e outros) ou mesmo em uso de medicações (antidepressivos, antiácidos, diuréticos e outros) que possam levar a prisão de ventre. É a causa mais comum de constipação.
Secundária: esse sintoma pode ser decorrente de doenças do intestino e extra intestinais e esse sintoma só é identificado após a instalação da doença prévia de base.
Tipos de constipação:
Você sabia que a prisão de ventre, apesar de ser um sintoma, ela apresenta variados tipos? Se você pensava que tem constipação exclusivamente porque não consome líquidos e fibras, você pode estar enganado.
A constipação pode ser secundária a presença de uma flora intestinal não saudável, de uma oferta inadequada de nutrientes para essa flora, de ingesta reduzida de água e sedentarismo. Todas essas condições acimas devem ser modificadas antes de investigar os outros possíveis tipos.
A constipação pode ser causada por alteração da velocidade de transito intestinal, promovida pelas contrações da musculatura intestinal, o peristaltismo, que podem ser lentos ou fracos, condição conhecida como inércia colônica.
A constipação pode ser derivada da presença de obstrução para saída e expulsão das vezes, as vezes por uma contração entre os diferentes músculos que participam da expulsão fecal, de forma dessincronizada, condição chamada de dissinergia do assoalho pélvico.
E o transito fecal promovido pela musculatura pode até estar normal mas apresenta uma síndrome do intestino irritável com padrão de fezes ressecadas.
Mudanças no estilo de vida capaz de promover saúde intestinal:
Adotar dieta rica em fibras (solúveis ou insolúveis), numa média de 25g/dia
Ingerir líquidos acima de 2 litros por dia
Obedecer ao desejo de evacuar (não segurar as fezes)
Realizar atividades físicas rotineiras
Ingerir fontes de probióticos: derivados e fermentados do leite, kefir e se impossível, os probióticos industriais.
Uma vez instituídos tais mudanças e não houverem melhoras satisfatórias na frequência e na qualidade das fezes, o médico deverá ser procurado, pois sua história não termina por aí. Existem vários exames que auxiliam o profissional a identificar a fonte causadora do problema, como: colonoscopia, manometria anorretal, videofecografia e marcadores radiopacos. Além de variados tratamentos, não desista e não se adapte a esse sintoma.
Eu fiquei com constipação após iniciar a Low Carb.
Essa situação provavelmente não é assustadora. Se você está fazendo a reeducação alimentar sem orientação profissional, corre o risco de realizá-la inadequadamente, consumindo poucas fibras e muitas proteínas, o que, provavelmente culmina em obstipação.
Como aumentar as fibras da alimentação Low Carb?
Os alimentos mais ricos em fibras estão nesse estilo de alimentação, uma vez que ela estimula o consumo de hortaliças e legumes. Sabemos que os produtos integrais são adicionados fibras, no entanto, a sua preferência por alimentos ricos nos mesmos, devem ser para aqueles que possuem fibras na sua constituição e não por intervenção industrial.
Estão eles citados abaixo:
Lembrar que esses alimentos devem encontra-se na sua alimentação diariamente: Hortaliças: alface (1xc contem 0,7g de fibras), rúcula (1xc contem 0,4g de fibras), acelga (1xc contem 0,6g de fibras), agrião (1xc contem 0,2g de fibras), aipo (1xc contem 1,6g de fibras), espinafre (1xc contem 0,7g de fibras).
Outros: Abóbora (1xc contem 2,6g de fibras), cenoura (1xc contem 3,6g de fibras), beterraba (1xc contem 3,8g de fibras), pimentão (1xc contem 2,5g de fibras), brócolis (1xc contem 2,4g de fibras), couve (1xc contem 3,4g de fibras).
Atenção ao abacate (1xc contem 9,8g de fibras). Logo uma xicara ao dia é quase 1/3 de fibras que se precisa consumir, além de ser pobre em carboidratos e rico em gorduras, que ajuda na formação das fezes.
As leguminosas como feijão, fava, lentilha, ervilha e grão de bico estão autorizadas consumo moderado na Low Carb e são riquíssimos em fibras e amidos resistentes.
Você também pode baixar meu cardápio Low Carb que criei com carinho para otimizar seu dia-a-dia
Boa sorte e repense e faça mudanças diárias, por você!
Por hoje é isso!
Muito Obrigada, Mil Beijos e Fiquem em Paz
Dra. Lia Lima
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